Barragem em Congonhas é pauta de reunião pública
Publicado em 13/02/2019 às 12:18 por Redação
A barragem Casa de Pedra, da CSN, em Congonhas, foi pauta de uma reunião pública na noite dessa segunda-feira (11/02) no Ginásio do Dom Oscar. O encontro, que reuniu cerca de 1000 pessoas, contou com a presença de representantes da Câmara dos Deputados, do Ministério Público Federal, da prefeitura, de representantes da Igreja, dos Movimentos dos Atingidos por Barragem (MAB), lideranças locais e moradores dos Bairros Residencial, Cristo Reis e adjacentes.
Para o pároco de Nossa Senhora da Conceição, em Congonhas, padre Paulo Barbosa, o encontro mostrou a força dos movimentos populares da cidade. “A quadra estava lotada. Conseguimos reunir pessoas que moram perto da barragem, representantes públicos, várias lideranças, além de pessoas de Brumadinho e Jeceaba”, disse.
Ao longo da conversa, os presentes destacaram o acompanhamento da Câmara dos Deputados e do Ministério Público Federal, a elaboração do plano de segurança imediato, do plano de alocação provisória até a extinção da barragem e plano de segurança para os trabalhadores. No final, duas propostas foram definidas como as principais ações: realização de uma audiência pública pela Câmara Municipal e retirada dos moradores que vivem ao entorno da Barragem Casa de Pedra.
Segundo o presidente da Associação do Bairro Residencial, Warlei Ferreira, a audiência pública é fundamental diante da falta de respostas da empresa. “
Queremos um posicionamento da empresa sobre a situação da barragem, a recolocação dos moradores e o atendimento e assistência às comunidades. Não temos informação sobre a barragem. A empresa não conversa com a comunidade. Infelizmente, não existe diálogo com o povo de Congonhas”, disse.
Ele acrescentou, também, a importante da população participar dos debates. “
Estamos nessa luta há 10 anos e precisamos do apoio dos moradores de Congonhas para conseguirmos resultados mais positivos”, finalizou.
Situação da Barragem
A mobilização em Congonhas é fruto do medo do rompimento de uma barragem de quase 100 milhões de m³ de rejeitos, classificada como de alto risco. Além dessa, o município de aproximadamente 54 mil habitantes, conta com outras 23 barragens.
O diretor de Meio Ambiente e Saúde da União de Associações Comunitárias de Congonhas (Unaccon), Sandoval de Souza Pinto Filho, afirmou que o maior fator de risco da barragem da CSN é o posicionamento geográfico e a forma de ampliação que a estrutura recebeu ao longo dos anos. Segundo ele, são centenas de casas ao redor da estrutura. “
Temos uma barragem de grande porte na zona urbana. Em linha reta, as casas estão a 250m da barragem. Em caso de rompimento, boa parte de Congonhas corre risco”, disse.
Em resposta aos questionamento do Ministério Público, sobre o processo de fechamento do completo Casa de Pedra, também chamado de “descomissionamento”, a CSN informou que o projeto do plano diretor de rejeito da mina para descaracterização e descomissionamento das barragens de rejeitos está em elaboração e atenderá toda a legislação. Sobre a segurança, a mineradora disse que dentro da área da barragem e de sua estrutura há fiscalização das equipes de gerência de segurança patrimonial.
Fonte: Departamento Arquidiocesano de Comunicação