O tempo. Rápido, lento, fugaz, audacioso, traiçoeiro, amigo. São tantas as palavras para se descrever o tempo e todas tão ambíguas que poderia fazer várias páginas de inúmeros adjetivos. Está sempre ao nosso lado, devagar, quando não precisamos, porém, quando se torna necessário ele passa ligeiro. Com ele medimos a vida, desde o nosso nascimento até o momento em que partimos. Divertimo-nos, conhecemos pessoas, nos relacionamos, amamos, brigamos, choramos. E ao envelhecermos, olhamos para traz e percebemos como tudo foi tão rápido, que passou veloz, que, apesar de tudo, foi bom, foi ótimo. E de fato nosso momento no mundo é muito rápido, ainda mais se comparado com o universo, surgido há milhões de anos. Ou seja, a nossa existência é um mero instante.
É curioso o tempo. Com ele vivemos o presente, mas sempre preocupados com o futuro e nossos olhos voltados para o passado e, na maioria das vezes, nos esquecemos do instante que nos cerca e torna nossa vida uma bela história. Independente de quem for. É única, singular, singela, bela, simplesmente por ser curta. Algumas mais que outras. Que cada história é interligada por outra na qual somos coadjuvantes, mas não menos importante. Mostra-nos o quanto a vida é importante, e que não basta ficarmos ancorados à margem enquanto o rio segue seu curso, se renovando e ficarmos estagnados, alienados.
Vivemos tão apressadamente que nos esquecemos de sua preciosidade, do quanto o tempo é precioso. E por sermos afobados não o apreciamos, não saboreamos cada instante. Andamos sempre tão ávidos e preocupados com trabalho, com a casa, os estudos, que o simples fato de sentar-se e apreciar um pôr do sol torna-se algo para desocupado.
Aprendemos a não valorizar o básico da vida, o tempo. No mundo em que vivemos a pressa fala mais alto que a calma. Num mundo onde ser ligeiro e impaciente é dominante e a calma se tornou o oposto de vida. Nos fez perder a noção de paz, de tranqüilidade e nos espantamos quando, às vezes encontramos um lugar calmo. O que me faz perguntar: quando voltaremos a nos sentarmos numa colina e curtirmos um fim de tarde agradável, ou a beira de uma cachoeira e observarmos o cair e rolar da água enquanto ela se renova. Sem preocupações. Sem nos importarmos com o que acontecerá a seguir. Sem pressa.
Quando voltaremos a apreciar o tempo, como ele é. Imperfeito. Perfeito. Inconstante, mas mesmo assim coerente. Que nos mostra tudo que é belo. Que me faz olhar em uma fotografia e admirar minha infância. Onde qualquer preocupação não me atingia. Onde não tínhamos pressa. Uma época em que éramos como o tempo. Inconstantes, mas coerentes. Inocentes, mas belos.
Gostaria de ter tempo para simplesmente viver a vida como se deve.
Com calma.
Com tempo.
Maycon Rodrigo F. de Almeida.
Graduado em Fisioterapia pelo Centro Universitário Estácio Juiz de Fora.
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